Como o setor industrial sobreviveu em meio à crise
Depois de dois anos de retração, o PIB brasileiro voltou a subir em 2016, muito graças ao setor industrial.
A recuperação, entretanto, está em uma faixa muito aquém da esperada: a expansão está na casa de 1%, e, ao que tudo indica, deve se manter assim.
Consequentemente, empresários de todos os setores viram-se obrigados a tomar diversas medidas para assegurar a continuidade e a existência do negócio.
Seja reduzindo o tamanho da equipe, transferindo a sede da empresa para um escritório mais simples ou descontinuando produtos ou serviços que geravam pouca margem de lucro para o estabelecimento.
A indústria não foi exceção. Com a queda no consumo, houve um efeito dominó que aumentou a ociosidade do parque industrial.
Ainda assim, algumas delas sobrevivem à turbulência fazendo algumas adaptações em seu modo de trabalhar.
Confira algumas delas a seguir:
Foco na eficiência
Em épocas de crise, é normal que os custos operacionais subam, ao mesmo que o retorno financeiro cai.
Por conta disso, é fundamental que as indústrias tenham foco em aumentar a eficiência de suas operações, fazendo mais com menos.
Há várias maneiras de otimizar o uso dos recursos da empresa.
Paradoxalmente, investir na compra de equipamentos mais modernos é uma delas – afinal, uma parafusadeira de última geração realiza a aplicação dos parafusos nas peças de maneira muito mais rápida, gastando muito menos tempo no funcionário.
O mesmo princípio se aplica a muitos outros itens frequentemente usados no universo industrial.
Da mesma maneira, é importante conscientizar os empregados a respeito do uso de recursos como água e eletricidade, com o objetivo de reduzir estes custos dentro da empresa.
É possível até mesmo criar um programa de metas de economia para engajar a equipe na causa.
Exportações
Enquanto o mercado nacional se retraiu, boa parte dos países se recuperou do baque trazido pela crise econômica de 2008.
Isso, junto à desvalorização do Real, fez com que exportar mercadorias fosse a saída para manter a indústria do país em funcionamento.
Para atingir esta meta, não basta ter bons contatos internacionais: é preciso focar em produtos de qualidade.
Um desengraxante, por exemplo, é um item relativamente básico, e não há muita motivação para comprá-lo de fora.
Já uma máquina de última geração, com muito potencial para aumentar a produtividade de uma empresa, é mais atrativa.
Estratégia de marketing
Não importa se uma indústria fabrica tamboreador vibratório, itens de vestuário ou automóveis: como já dizia o ditado, a propaganda é a alma do negócio.
E, em tempos de crise, quando muitos negócios fecham as portas, o público precisa saber que o seu segue vivo. Portanto, o investimento em agência de marketing se torna algo estratégico.
Como, nesse contexto, o valor disponível tende a ser baixo, a melhor opção é contratar uma agência e terceirizar o serviço.
Isto pois a contratação de uma empresa é mais econômica que a montagem de uma equipe própria, mas a qualidade não é comprometida.
Apesar disso, é fundamental que os proprietários da empresa colaborem com a concepção da estratégia. Afinal, ela envolve fatores como:
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O mix de produtos;
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O público atendido;
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Os diferenciais de mercado;
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A disponibilidade para investir em peças de marketing.
Todas essas informações devem ser proporcionadas pelos sócios, que conhecem o negócio como ninguém.
Produtos adaptados à nova realidade
Toda empresa tem alguns produtos que representam uma fatia considerável das vendas, enquanto outros não proporcionam um retorno tão alto assim.
Em épocas de crise, o ideal é focar nos primeiros – que, além disso, devem ser adaptadas às necessidades atuais do consumidor.
Por exemplo: caso a furadeira com maleta esteja entre os artigos mais vendidos de uma indústria em questão, ela deve ser privilegiada dentro do mix de produtos.
É interessante buscar maneiras de vendê-la mais, como criando kits, versões especiais e investindo em divulgação.
Valorização de clientes fiéis
Clientes que compram de um estabelecimento com frequência devem ser valorizados. Afinal, eles são uma fonte praticamente certa de receita.
Existem várias maneiras de fazer isso, como oferecer brindes de baixo custo em compras de alto valor.
Ao comprar uma esmerilhadeira, por exemplo, o cliente pode receber um disco de polimento para esmerilhadeira como cortesia.
Pode parecer algo muito simples, mas faz a diferença perante o cliente.
Renegociação de preços com fornecedores
As empresas do setor industrial dependem fortemente de seus fornecedores. Afinal, sua atividade é transformar matérias-primas em produtos prontos para a venda, usando ferramentas e equipamentos.
Portanto, também é interessante tentar renegociar as condições de fornecimentos destes itens, desde a embalagem usada para acomodá-los e enviá-los ao cliente até a furadeira para placa de circuito impresso empregada na produção.
Deste modo, corta-se custos no setor industrial sem prejudicar a qualidade.